9. Eu faço compras alimentares pela internet ou no final do dia
Enfim, vamos ao que interessa: como poupar quando vamos fazer compras ao supermercado?
Para ser mais fácil a leitura, organizêmos isto em 6 regras.
A primeira regra é não ir ao supermercado ou ir o menos possível. Como assim? - perguntam vocês. Bem, como podem imaginar, as cadeias de supermercado investem milhões anualmente em publiciade e marketing. No fundo, em técnicas para vos fazer comprar, sobretudo aquilo que não precisam; e o supermercado é o local ideal para fazer isto: a disposição dos produtos nas prateleiras, os descontos, os cupões, as amostras, as guloseimas no final, etc., nada é deixado ao acaso! Mas, se não vamos ao supermercado, como é que compramos a comida?! O que eu comecei a fazer há alguns meses, é comprar tudo pela internet. A Migros propõe um site com todos os produtos, mesmo os legumes e os frescos, e que, quando a compra estiver finalizada, podemos ir buscar tudo à loja ou, dependendo do valor de compras, eles nos trazem a casa. Podem ver por vocês mesmos em leshop.ch. Para uma primeira compra, eles têm um desconto de 30 ou 40.- CHF.
Seguindo esta regra e, sem fazer esforço nenhum!, reparei que já estava a gastar menos ao final do mês.
Se por alguma razão vos for mais cómodo a ida ao supermercado, priveligiem o final do dia, uma vez que os produtos com uma data de validade mais curta são postos à venda para não serem deitados fora.
A segunda regra é fazer uma lista de compras todos os meses, que vão completando todos os dias. Isto para evitarem ir fazer compras sem saber exactamente aquilo de que precisam e acabarem por comprar aquilo que o supermercado quer que vocês comprem. E sobretudo, nunca ir às compras de barriga vazia ou com os vossos filhos! É a receita para a catástrofe! Respeitem a vossa lista, e não comprem mais nada que lá não esteja, mesmo se acharem que precisam mesmo. Se for o caso, poderão comprar da próxima vez e terão tempo para pensar se realmente "precisam" daquilo.
Com esta regra diminuí cerca de 100.- CHF os meus gastos por mês.
A terceira regra tem a ver com as escolhas dos produtos. Vários estudos de marketing (que podem encontrar facilmente na internet) mostram que, se o cliente quiser comprar um determinado produto e o supermercado proposer 2 diferentes, um mais barato e um mais caro, as pessoas escolhem na sua marioria o produto mais barato. Até aqui tudo bem. O caso muda de figura se houver 3 produtos. Aqui, o cliente vai, na sua maioria, escolher o intermédio em vez do mais barato! Reparem, da proxima vez que forem à Migros ou à Coop, quantas variedades de um mesmo produto vos são propostas e não se deixem cair na ratoeira. Escolham sempre o produto mais barato, assegurando-se, claro, que este tenha o mínimo de qualidade.
A quarta regra é a carne e o peixe. Na Suiça, o preço destes produtos é várias vezes superior a Portugal e mesmo à França ou à Alemanha. Comprem o menos possível. Se conseguirem, comprem carne ou peixe já congelados, ou então, como eu faço, comprem frango inteiro e partam-no vocês em casa. Fica muito mais barato. E reparem sempre no preço por kilo (outra vez as técnicas de marketing...)!
A quinta regra é comparar os preços. Sobretudo em relação aos países limítrofes, como a França ou a Alemanha. É verdade que vale a pena, em quase 100% dos casos, ir fazer as compras do outro lado da fronteira, mas não se esqueçam que existem limites em termos de quantidade de alguns artigos ao voltar para casa. Os mais comuns são a carne e o alcool. Por exemplo, cada pessoa pode trazer consigo 1 kg de carne e 5 L de alcool (vinho ou cerveja). O facto é que a maior parte das pessoas não respeita esta regra visto que o controlo não é muito apertado...mas não se esqueçam que se arriscam a pagar uma multa se excederem o limite estipulado.
A sexta regra diz respeito à mudança de hábitos alimentares. Pelo que vou percebendo ao falar com outros portugueses na Suíça, o que comemos cá no dia-a-dia tem muito pouco a ver com a dieta mediterrânica cujas virtudes tanto ouvimos falar pelos profissionais de saúde. Não podem negar que as nossas refeições são pouco equilibradas! Muita carne ou peixe, muitos hidratos de carbono e poucos legumes, para não falar de tudo o que é docinho... O problema desta dieta, para além dos cardiovasculares, é também para a nossa carteira. Eu tenho dificuldade em imaginar como é que uma familia típica, com dois filhos, consegue equilibrar as contas ao final do mês se a cada refeição têm de comer uma porção de carne ou peixe! Esqueçam as dietas que ouvem falar na televisão, publicidades ou na internet que vos fala de carne ou peixe, pão e cereais, e poucas gorduras. Esqueçam os produtos ditos light ou low fat (baixo em gorduras) que encontram por todo o lado nos supermercados. O nosso corpo adora os óleos e azeites, que para além disso são extremamente nutritivos. O nosso corpo adora legumes e frutas, de preferência os da época (deixem de comprar fruta ou legumes que vêm do outro lado do mundo e são ainda por cima mais caros; as estações do ano existem por alguma razão e a fruta de outono não se come na primavera). O que devemos evitar são os hidratos de carbono de rápida absorção, ou seja, tudo o que é feito a partir de farinhas brancas, açúcar ou alimentos processados. Em relação às proteínas, pensem nos feijões, nos ovos, leite, frutos secos, etc, bem mais baratos. Para os mais modernos, já experimentaram o quinoa? É rico em proteínas e substitui os hidratos de carbono de uma refeição normal. Eu adoro carne, por isso este é ainda o ponto mais difícil para mim: estou neste momento a cerca de 3 refeições com carne por semana, sobretudo frango. É preciso força de vontade!
Para terminar, com estes 6 conselhos, devem conseguir passar as vossas despesas alimentares para metade (foi o meu caso) e, ao mesmo tempo, ganhar em qualidade de vida e saúde!
Boas compras e boas poupanças a todos !
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